🪙 Bitcoin: e depois do hype

6o episódio

Com a aprovação dos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos — um marco que liberou a negociação de 11 fundos do tipo em janeiro de 2024 — o ativo digital deu um passo histórico rumo ao centro do sistema financeiro tradicional. Deixou de ser exclusividade de entusiastas e early adopters (os entusiastas iniciais) pra entrar no radar de grandes gestoras e investidores institucionais.

Fun fact: logo depois do lançamento dos ETFs de Bitcoin à vista nos EUA, foi movimentado cerca de US$ 9,6 bilhões só nos dois primeiros dias de negociação.

Já em 2025, existem 85 ETFs de criptomoedas listados nos Estados Unidos, abrangendo uma variedade de ativos e estratégias de investimento relacionadas ao setor cripto.

  • O que era então considerado uma alternativa distante dos investimentos convencionais — acompanhada à distância por grandes instituições — agora faz parte da mesma prateleira que ações, títulos e commodities.

Grandes nomes como BlackRock, Goldman Sachs e JPMorgan, que já monitoravam o mercado cripto há anos, agora contam com um caminho regulamentado, seguro e familiar pra oferecer Bitcoin a seus clientes — via ETFs, produtos financeiros amplamente aceitos por investidores institucionais.

Pro investidor comum, isso significa mais acesso, mais liquidez e menos barreiras. Pro mercado, representa um sinal claro de que o Bitcoin está deixando de ser uma aposta à parte pra se consolidar como uma classe de ativos relevante dentro de portfólios profissionais.

O Bitcoin, que nasceu como uma proposta descentralizada e fora do radar, hoje entra pela porta da frente de Wall Street, como oportunidade, em um cenário onde confiança, transparência e diversificação são cada vez mais valorizados, o ativo digital conquista um novo papel: o de alternativa legítima dentro da engrenagem financeira global.

Apesar do avanço e da adoção crescente, o Bitcoin ainda levanta debates em algumas frentes — especialmente em relação ao consumo de energia, à experiência de uso e à sua imagem pública. O bom é que essas discussões têm impulsionado melhorias constantes.

🔋Bitcoin consome muita energia”

O processo de mineração de Bitcoin consome grandes quantidades de energia. Segundo um levantamento da Universidade de Cambridge, chega a superar o gasto energético da Argentina.

Mas a conversa vem mudando… Com o aumento da pressão por sustentabilidade, boa parte da indústria cripto tem migrado pra fontes renováveis.

  • O próprio Ethereum, que hoje opera com o mecanismo de proof-of-stake (prova de participação), é um bom exemplo. Em 2022, passaram por uma atualização conhecida como The Merge, que marcou a transição do modelo original de proof-of-work (prova de trabalho) pro novo sistema. Nesse processo, a rede principal do Ethereum se uniu à Beacon Chain, uma blockchain separada que já operava com proof-of-stake — e, a partir daí, passaram a existir como uma só. Com essa fusão estima-se que o consumo de energia do Ethereum tenha caído em aproximadamente 99,95%.

Além disso, empresas de mineração já operam com energia solar, eólica ou geotérmica — e iniciativas de auditoria independente (como da CCAF ou Crypto Climate Accord) têm ajudado a rastrear essa transição.

🪙 “É muito volátil pra ser uma moeda”

Sim, o Bitcoin pode até não ser a moeda que você usa pra pagar o café de todo dia — pelo menos por enquanto (continua lendo pra entender, rs). Ainda é visto por muitos como reserva de valor, e não exatamente como um instrumento de troca. Mas essa lógica vem mudando, aos poucos.

Essa narrativa, de Bitcoin como reserva de valor, é similar ao que acontece com o ouro: um ativo escasso, que se valoriza no longo prazo, especialmente em tempos de crise.

E não é coincidência: o ouro sempre foi visto como um porto seguro. Tanto que, por muito tempo, o próprio dólar — hoje considerado a moeda mais estável do mundo — era lastreado em ouro. Isso significava que cada nota emitida correspondia a uma quantidade guardada pelo governo americano.

  • Essa lógica de buscar ativos escassos e confiáveis em tempos de incerteza continua valendo — e é exatamente com esse olhar que muitos enxergam o Bitcoin hoje. Não à toa, ele é chamado de "ouro digital": um ativo escasso, descentralizado e que pode funcionar como proteção em momentos de instabilidade.

No entanto, em 1971 os EUA abandonaram o padrão-ouro e desde então o dólar virou uma moeda fiduciária: seu valor depende da confiança no governo e na economia dos EUA — não mais em um ativo físico. O gráfico abaixo exemplifica a inflação acumulada entre 1920 e 2015, com destaque pro ano de 1971, quando esse padrão foi abandonado.

Com o fim do lastro em ouro, os governos passaram a ter liberdade pra emitir mais moeda conforme suas necessidades — o que, muitas vezes, leva à desvalorização do dinheiro em circulação. Em situações de crise ou má gestão econômica, essa prática pode gerar inflação e corroer o poder de compra da população.

O Bitcoin, por outro lado, funciona de forma diferente: seu código estabelece um limite fixo de emissão — 21 milhões de unidades, ponto final. Isso significa que não dá para “imprimir mais Bitcoin” e, por isso, ele é visto como uma alternativa resistente à inflação.

Mesmo moedas tradicionais — como o dólar ou o real — estão sujeitas à volatilidade. Afinal, decisões políticas, crises econômicas e mudanças nos juros interferem diretamente no seu valor. A diferença é que, no caso do Bitcoin, tudo é transparente desde o começo: o código é público, as regras são conhecidas, e ninguém pode mudar sua política monetária de forma unilateral. Apesar das oscilações de preço, o Bitcoin oferece algo raro no mundo financeiro: previsibilidade. Ele não depende de governos, bancos centrais ou instituições. E isso, para muita gente ao redor do mundo, é justamente o que o torna tão confiável.

Então, quando o Bitcoin é apontado como reserva de valor, ele é comparado ao papel que o ouro desempenhou por séculos. Porém, ao longo desses seis episódios, ficou claro que esse ativo digital vai além — mostrando-se uma ferramenta financeira completa, que combina segurança e flexibilidade, e tem potencial pra trazer praticidade e liberdade às transações do dia a dia.

👉️ Conclusão: o futuro é uma disputa de narrativas

O Bitcoin não precisa substituir o dólar, acabar com os bancos ou dominar o comércio global pra provar seu valor. Sua força tá justamente na diversidade de papéis que pode desempenhar — e nas conversas que ele provoca. Ele pode:

  •  Proteger patrimônios em tempos de instabilidade — em países com inflação descontrolada, controles de capital ou crises políticas, o BTC já funciona como refúgio para preservar valor.

  •  Atrair grandes investidores — a aprovação dos ETFs e a entrada de players como BlackRock mostram que o mercado institucional tá olhando pro Bitcoin como uma reserva de valor legítima, não apenas uma moda passageira.

  •  Oferecer acesso a quem tá fora do sistema — milhões de pessoas ainda não têm conta bancária, mas podem acessar o mercado cripto com um celular e conexão à internet. Nesse sentido, o Bitcoin funciona como uma porta de entrada pro sistema financeiro do futuro.

E por mais que o uso do Bitcoin como moeda de troca ainda não seja o mais comum, a tecnologia já vem abrindo esse caminho. Afinal, lá em 2010, a primeira compra com Bitcoin — duas pizzas por 10 mil BTC — aconteceu entre um grupo de entusiastas, mostrando o potencial real de uso.

Se antes era necessário esforço e paciência para comprar duas pizzas com BTC, hoje em dia a realidade é outra.

Agora, a Binance integrou o Pix à plataforma e trouxe uma novidade global direto para o Brasil: já é possível comprar qualquer coisa — em qualquer lugar do país — usando mais de 100 criptomoedas diferentes.

Ou seja, você pode usar para pagar o café, a corrida de app, o mercado, a viagem, ou até transferir para o amigo que bancou o lanche… É o pagamento direto do futuro para o seu dia a dia.

Quer testar essa novidade? Basta criar a sua conta na Binance, clicando aqui, e ativar o Binance Pay. Em poucos passos, você já pode usar suas criptomoedas para pagar por serviços e compras de forma simples e prática.

E você, usaria criptomoedas para pagar no dia a dia?

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A temporada por aqui pode até estar chegando ao fim, mas o universo das criptomoedas é enorme e está sempre se reinventando. Só o tempo vai dizer quais serão os próximos capítulos — quem sabe a gente não volta por aqui para contar? Enquanto isso, você pode seguir explorando o tema nos canais oficiais da Binance. Tem muito conteúdo bom por lá.