🪙 cripto não é só Bitcoin

4o episódio | bit a bit: cripto em pequenas doses

Quando o Bitcoin surgiu em 2009, ele não apenas introduziu uma nova moeda — ele inaugurou uma nova era. Foi o primeiro a provar que uma rede descentralizada poderia sustentar um sistema financeiro alternativo, seguro e independente de governos ou bancos centrais.

  • Nos anos seguintes, o ecossistema cripto evoluiu em ritmo acelerado. Surgiram novas blockchains, cada uma com propostas inovadoras: plataformas que permitem contratos inteligentes, protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), soluções para identidade digital, redes que hospedam jogos e experiências imersivas no metaverso, além de mercados inteiros dedicados à arte digital e aos NFTs.

Olhar além do Bitcoin é entender que ele foi apenas o começo — a fundação de um universo muito mais amplo e dinâmico, onde a inovação acontece todos os dias e novas possibilidades surgem a cada bloco minerado.

Se o Bitcoin é o ouro digital, o Ethereum é a internet descentralizada. Lançado em 2015, o projeto foi idealizado por Vitalik Buterin, um programador russo-canadense que, aos 19 anos, percebeu uma limitação importante no Bitcoin: ele servia bem como reserva de valor, mas não permitia a criação de aplicações mais complexas.

🔗 A solução? Uma nova blockchain capaz de executar programas inteiros — como se fosse um computador global operado por milhares de pessoas ao redor do mundo.

Essa inovação ganhou o nome de contratos inteligentes: códigos que rodam automaticamente na blockchain e que executam ações com base em regras pré-estabelecidas. Eles não precisam de intermediários, como bancos, cartórios ou empresas — o código é a confiança.

Na prática, funciona assim: imagine que você quer comprar uma arte digital. Em um processo tradicional, essa transação poderia envolver uma galeria, uma plataforma intermediária ou até burocracias jurídicas pra garantir que ambas as partes cumpram o combinado. Com um contrato inteligente, esse processo é automatizado: o código é programado para dizer “se o comprador enviar o valor acordado, então a obra digital é transferida para ele”. Tudo acontece de forma direta, segura e transparente — sem que ninguém precise intermediar.

Tá, mas o que diferencia o Ethereum? Ele não é só moeda — é infraestrutura pra tudo que roda em blockchain. Por isso, muitos chamam o Ethereum de "Web 3.0", uma nova fase da internet, onde dados e serviços são descentralizados, transparentes e controlados pelos próprios usuários.

  • Onde comprar? Você pode comprar ETH (o token nativo do Ethereum) em plataformas cripto como a Binance. E é possível comprar frações de ETH, ou seja, não precisa adquirir uma unidade inteira para começar.

O preço do Ethereum varia diariamente, mas em 2025, o valor médio do ETH gira entre US$ 3.000 e US$ 3.500. Ele é a segunda maior criptomoeda do mundo em valor de mercado — atrás apenas do Bitcoin.

Se o Ethereum é a infraestrutura, o DeFi é um dos usos mais revolucionários que ele possibilitou. A sigla vem de Decentralized Finance — ou finanças descentralizadas — e define um ecossistema de serviços financeiros que funcionam sem bancos, corretoras ou instituições tradicionais. Tudo acontece por meio de contratos inteligentes que executam operações automaticamente, com regras claras, auditáveis e sem intermediários.

E por que isso importa? Porque descentraliza o acesso ao dinheiro. Em vez de depender de instituições que controlam quem pode ou não participar, o DeFi abre as portas para qualquer um com conexão à rede. Ele tira o poder dos intermediários e coloca o controle diretamente na mão dos usuários.

  • Como usar? Para interagir com DeFi, basta ter uma conta em uma corretora cripto, comprar alguns ETH ou tokens compatíveis e conectar-se aos protocolos via navegador. Tudo isso pode ser feito sem fornecer dados pessoais — é o usuário quem decide o quê, quando e como movimentar seus ativos.

⚠️ Tem risco? Sim. Como todo novo sistema, o DeFi ainda está em evolução. Há riscos técnicos (falhas em contratos inteligentes), riscos de mercado (alta volatilidade) e até golpes. Por isso, é essencial estudar bem os protocolos antes de usar e começar com valores que você está disposto a arriscar.

Depois de entender como o DeFi tá reinventando o sistema financeiro, vale conhecer outra aplicação que mudou a forma como vemos propriedade no mundo digital: os NFTs.

  • A sigla vem de non-fungible tokens, ou tokens não-fungíveis. Em outras palavras, são ativos digitais com características únicas, que não podem ser trocados entre si como uma moeda comum (por exemplo, trocar uma cédula de R$10 por outra cédula de R$10).

Cada NFT é registrado na blockchain, o que cria um certificado público de propriedade. Se você compra um NFT, esse registro diz: isso aqui é seu. E ninguém pode contestar — nem alterar ou apagar.

E embora os NFTs tenham ficado famosos por coleções de arte, memes milionários e itens em jogos do metaverso, seu uso vai muito além e pode transcender o mundo virtual:

🎧 Música: Artistas vendendo faixas exclusivas e experiências únicas aos fãs.
🎟️ Eventos: Ingressos em formato NFT, com benefícios exclusivos.
⚽️ Esportes: Uma nova era dos programas de sócio-torcedor, que concede direitos de voto em decisões importantes dos times e até produtos e experiências especiais.

⚠️ Tem risco? Sim. O hype em torno dos NFTs levou a especulação, projetos vazios e até fraudes. Mas a tecnologia em si é sólida e segue sendo explorada para usos muito além de colecionáveis. O segredo é o mesmo do DeFi: pesquisar, entender o que está comprando e nunca investir mais do que tá disposto a perder.

Se NFTs mostraram que dá para ter propriedade no mundo digital, as DAOs (sigla pra Decentralized Autonomous Organizations) vão além: elas provam que também é possível tomar decisões coletivas sem precisar de chefes, presidentes ou conselhos diretivos.

  • As DAOs são como grupos organizados por contratos inteligentes. Em vez de uma liderança central, tudo é decidido por votação — cada membro tem voz proporcional à sua participação, e todas as decisões ficam registradas na blockchain.

Em outras palavras: são comunidades que funcionam como empresas… só que sem dono e sem sede. Hoje, as DAOs já estão sendo usadas para:

💸 Investimentos coletivos: Como fundos onde os participantes decidem juntos no que investir
🧭 Governança de projetos: Votando em mudanças e atualizações de protocolos cripto
🌐 Comunidades autônomas: Que organizam eventos, apoiam causas ou criam produtos colaborativamente

🗞️ Na prática: Em 11 de novembro de 2021, um grupo de entusiastas de criptomoedas criou a ConstitutionDAO, uma organização comunitária baseada em DAO, com a finalidade de arrecadar fundos para adquirir, em um leilão da Sotheby’s, uma rara impressão privada da Constituição dos EUA. A iniciativa buscava evitar que uma das apenas 13 cópias remanescentes caísse nas mãos de colecionadores bilionários.

E por que isso importa? Porque DAOs mostram que é possível coordenar recursos, ideias e decisões de forma transparente, global e sem intermediários. É uma nova forma de organização — mais horizontal, mais aberta e potencialmente mais justa.

O Bitcoin foi o primeiro bloco dessa nova era — uma moeda digital que desafiava bancos centrais e acendia a fagulha da descentralização. Mas de lá pra cá, o universo cripto deixou de ser só sobre dinheiro como meio de troca. É sobre utilidade no dia a dia das pessoas e das instituições.

Hoje, é um ecossistema em expansão: com contratos que se executam sozinhos, comunidades que se organizam sem chefes, ativos digitais únicos, jogos, arte, identidade e novas formas de pertencer.

O que antes era visto como coisa de nerd ou aposta especulativa, agora molda conversas sobre o futuro do trabalho, da cultura, da arte, da propriedade e da própria internet.

🗳️ E você, em que parte do universo cripto está mais interessado(a)?

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Esse foi o episódio 4/6. No próximo, a gente mergulha na história do Bitcoin — da crise de 2008 aos holofotes de Wall Street. Você vai entender como um whitepaper de 9 páginas virou manchete na Bloomberg, quais momentos realmente viraram a chave na trajetória do BTC e como a mídia ajudou (ou atrapalhou) a moldar o imaginário em torno da cripto mais famosa do mundo.

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