
POWERED BY
QUOTE DO DIA
“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.“
— Charles Darwin
BIG STORY
Precisão é o novo tamanho — e o banco que errar a mira sai do jogo.
Durante décadas, o sistema bancário global foi movido por uma única lógica: escala gera poder.
Mais ativos significavam mais capacidade de emprestar, captar e lucrar. Ser grande era sinônimo de ser seguro — e ser pequeno, de ser vulnerável.

(Imagem: REUTERS | Mike Blake)
Mas o relatório Global Banking Annual Review 2025, da McKinsey, mostra que essa relação se inverteu. O tamanho já não é vantagem competitiva. Na verdade, pode ser um peso.
Segundo o estudo, o setor vive o início da “era da precisão”, uma nova fase em que o diferencial não está mais no volume de ativos, mas na eficiência com que cada unidade de capital é alocada.
Os 20% de bancos mais rentáveis do mundo concentram quase 100% do lucro do setor, enquanto a maioria opera próxima ao ponto de estagnação.
Essa desigualdade não é fruto de acaso; é resultado de estratégia, tecnologia e foco. Os líderes dessa nova fase não são necessariamente os maiores, mas os que aprenderam a gerir capital e risco com precisão cirúrgica, usando dados e AI para ajustar spreads, precificação e decisões de crédito em tempo real.
Eles transformaram a inteligência operacional em vantagem competitiva, substituindo escala por exatidão.
A disrupção da inteligência 🧠
Nos últimos dez anos, o setor bancário passou por um processo de digitalização profunda. Mas o que antes era apenas transformação digital, agora é reprogramação estrutural.

(Imagem: McKinsey)
A AI generativa e os modelos de decisão baseados em dados estão reescrevendo o funcionamento interno das instituições, com a McKinsey estimando que a automação e o uso de AI podem reduzir custos operacionais entre 25% e 40% em até cinco anos.
Mas o impacto vai muito além da eficiência. Essas tecnologias estão redefinindo a natureza da vantagem bancária: bancos que dominam dados proprietários e os transformam em decisões rápidas e assertivas conseguem margens maiores, mesmo em mercados maduros.
No entanto, a AI não conserta modelos ruins, só acelera o que já funciona. Isso explica por que a distância entre vencedores e perdedores está aumentando. Enquanto alguns bancos ampliam rentabilidade com modelos ágeis, outros apenas automatizam burocracia.
Além disso, o consumidor está mudando….
A tecnologia e as novas expectativas transformaram a lealdade em um ativo escasso; o digital, em critério básico de sobrevivência. O que está acontecendo é o colapso do antigo “ciclo de lealdade”.
Nos Estados Unidos, a porcentagem de novas contas abertas por clientes que permaneceram no mesmo banco caiu de 25% em 2018 para apenas 4% em 2025. A fidelidade bancária, antes quase automática, desapareceu.
Hoje, o primeiro grupo de bancos que vem à mente do cliente virou o verdadeiro campo de batalha. Ele representa 77% de todas as decisões de abertura de conta. Estar nesse conjunto depende de notoriedade de marca, boca a boca e da “primazia” ser o banco principal na vida do cliente. Mas a disputa não é apenas de lembrança. É de inteligência.
Mais da metade dos consumidores globais (51%) já usam AI generativa, enquanto 23% a utilizam para tarefas financeiras.
A maioria espera que seu banco ofereça ferramentas de inteligência artificial — e quase todos afirmam que trocariam de instituição caso ela não acompanhe essa evolução.
Enquanto isso, o mobile banking se consolidou como o coração da relação financeira. A proporção de clientes ativos no canal móvel saltou de 41% em 2020 para 63% em 2024, e esses usuários geram valor significativamente maior para os bancos.
Mesmo assim, o fator humano ainda importa. As agências físicas seguem sendo cruciais e vitais para transações complexas e para consolidar o vínculo de “banco principal”.
A estratégia vencedora, segundo a McKinsey, é a “mobile-first integrada”, aquela que combina tecnologia fluida com atendimento humano no momento certo.
E as diferenças geracionais ampliam o desafio. As gerações Z e Millennial priorizam atendimento e experiência, mais do que custo, além de serem as mais propensas a trocar de banco por frustração digital; as gerações mais velhas saem por motivos financeiros.

(Imagem: McKinsey)
As gerações mais novas também são mais abertas a testar produtos “beyond banking”, que extrapolam o universo financeiro tradicional — como experiências de consumo, estilo de vida e educação.
Em resumo: o consumidor da era da precisão não quer apenas eficiência. Quer relevância personalizada, tecnologia intuitiva e atendimento humano sob demanda.
A nova anatomia do banco eficiente 💼
A McKinsey resume os bancos de alta performance em três pilares:
Eficiência operacional: o foco não é mais cortar custo, mas desenhar estruturas leves e escaláveis. Processos antes manuais, crédito, gestão de risco, tesouraria, estão sendo reescritos para decisões em tempo real.
Capital inteligente: rentabilidade sustentável vem de alocação dinâmica. Bancos líderes reprecificam risco de forma contínua, ajustando spreads com base em dados comportamentais e não em ratings fixos.
Talento de precisão: o novo banco é mais técnico e mais enxuto.
Bancos com times de tecnologia representando mais de 15% da força total entregam ROEs até 4 pontos percentuais acima da média global.
Esse modelo rompe com a lógica tradicional de “crescer para ser lucrativo”. Agora, a rentabilidade vem da inteligência e não da expansão.
Um setor em reconfiguração silenciosa 🌍
O relatório projeta que, até 2030, 20% dos bancos atuais podem desaparecer ou ser absorvidos. Mas, ao contrário das ondas de consolidação do passado, essa transição será silenciosa.
Os grandes seguirão existindo, mas com estrutura diferente: menos agências, mais dados, menos hierarquia, mais automação.
Novos players — menores, especializados e com foco em nichos rentáveis — irão capturar margens que antes pertenciam aos gigantes.
A rentabilidade média global do setor, que ficou em torno de 12% em 2024, deve subir para 14% até 2027, mas com uma concentração ainda maior entre os líderes.
A mensagem é clara: o setor bancário está se tornando um mercado de alta dispersão e baixa tolerância ao erro.
E como estamos nesse mapa? 🇧🇷
O Brasil é um dos países mais avançados em digitalização bancária — e esse ambiente está acelerando a virada de chave.
Os grandes bancos locais vivem um movimento de reconstrução interna: menos agências, mais automação, mais AI. Enquanto isso, o ecossistema de fintechs amadurece.
Em vez de competir por escala, essas empresas crescem com base em foco e especialização, crédito para PMEs, soluções B2B e produtos desenhados para nichos específicos.
É o nascimento do “banco de precisão” brasileiro: negócios que usam tecnologia para atuar onde os grandes não chegam.
Com um dos spreads bancários mais altos do mundo, o Brasil cria incentivos naturais para a eficiência. Quem opera com estrutura leve e custo menor de capital amplia margens rapidamente.
E nesse cenário, a tecnologia virou o grande equalizador: ela permite que os pequenos joguem o mesmo jogo dos grandes, só que com mais velocidade.
Moral da história ✍️
O mercado financeiro sempre premiou quem tinha mais dinheiro.
Agora, premia quem tem mais clareza.
A AI não salvará nenhum modelo ruim, só potencializará os que já são bons. E o jogo bancário mudou: não vence quem tem mais agência, mas quem tem melhores algoritmos, dados e timing.
No fim, a “era da precisão” não é sobre tecnologia, é sobre mentalidade.
Os bancos — e os profissionais — que entenderem isso cedo, vão prosperar. Os que não entenderem... vão parecer gigantes lentos em um mercado que só recompensa quem pensa rápido.
APRESENTADO POR CONTA SIMPLES
Quanto dinheiro você está perdendo antes de captar investimento?
Essa é uma pergunta que toda liderança financeira deveria se fazer, porque, antes de buscar capital, é preciso garantir que o que já existe esteja funcionando com eficiência.
E isso começa pelo básico: entender para onde o tempo e o dinheiro da empresa estão indo.
O Panorama da Gestão de Despesas no Brasil, da Conta Simples, mostrou que 80% das empresas gastam 25 horas por semana apenas organizando despesas, e que 7,5 milhões ainda usam cadernos para controlar o financeiro.
Esses números evidenciam um problema comum: muitas empresas buscam investimento para crescer, quando o real ganho está em otimizar o que já têm.
É por isso que tantas companhias têm automatizado a gestão de despesas, centralizando cartões, digitalizando comprovantes e criando relatórios inteligentes.
Foi o que a V4 Company fez: reduziu 80% do tempo gasto em tarefas manuais e passou a focar em decisões estratégicas. Tudo isso com a Conta Simples.
Aqui 👇 você descobre como parar de perder tempo e dinheiro antes de captar investimento.
MOMENTO AURÉLIO
Quando buscar dinheiro para crescer — e quando não
Nem todo crescimento precisa de investimento externo. Às vezes, o que o negócio precisa é de mais eficiência. Afinal, capital não corrige estratégia.
Buscar dinheiro na hora errada é como pedir um empréstimo para aprender a nadar: você afunda mais rápido. O problema é que o capital, por mais tentador que pareça, nunca vem de graça.
Por trás de cada rodada, linha de crédito ou investidor, existe um custo, seja em juros, controle ou liberdade.
Antes de captar, a pergunta certa não é “quanto eu posso levantar?”, mas “quanto esse dinheiro vai me custar?”
1️⃣ Dinheiro é acelerador, não remédio.
Investimento serve para escalar o que já funciona, não para consertar o que ainda não está de pé.
→ Se a base é frágil, esse custo vira peso — e não impulso.
Crescer com capital caro é como acelerar com o freio de mão puxado: parece movimento, mas é atrito.
2️⃣ Capital caro é aquele que compra tempo, não resultado.
Empresas que crescem com pressa acabam vendendo participação, autonomia e propósito.
→ Crescer com controle vale mais do que crescer com capital.
3️⃣ Preço não tem relação com custo.
Negócios de alta margem sabem que o cliente paga pelo valor que percebe, não pelo custo do processo.
→ O dinheiro certo é aquele que multiplica o valor da entrega — não o tamanho da dívida.
🎯 Moral da história: antes de buscar dinheiro, busque clareza. Capital só é alavanca quando o negócio já tem direção.
QUICK UPDATES
→ Decisão é logo mais. Banco Central do Brasil (BC) deve manter a Selic em 15% ao ano — e o primeiro corte de ficar para 2026
→ Ainda sobre o BC... A instituição pública desistiu do blockchain do Drex, o projeto do “real digital”
→ Bitcoin derrete… e atinge mínima em 5 meses
→ Voltou a mostrar fraqueza. Produção industrial cai 0,4% em setembro
→ Aprovado. Câmara dá “luz verde” a projeto que tira do teto de gastos despesas de até R$ 5 bilhões com defesa nacional
→ Brasil no topo. País tem os maiores salários de tecnologia da América Latina
TO READ/LISTEN

A dica do dia é o livro Pensando em Sistemas, que explica por que tantos problemas — da economia à vida pessoal — não se resolvem com ajustes pontuais, mas com uma mudança na estrutura que sustenta tudo.
Com uma linguagem clara e exemplos simples, Donella Meadows mostra como o pensamento sistêmico pode ser aplicado em qualquer escala de decisões individuais até os desafios globais.
Mais do que um manual para resolver problemas, é uma aula sobre humildade e curiosidade diante da complexidade do mundo. Aprofunde aqui — ou escute-o como audiolivro aqui.
FEEDBACK
Por hoje é só!
💡 Na semana que vem, estaremos de volta falando um pouco mais do mundo financeiro para você — CFO ou futuro CFO. risos.
—
um conteúdo grupo waffle em parceria com



