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QUOTE DO DIA
āA tecnologia Ć© apenas uma ferramenta. O que importa Ć© o que as pessoas fazem com ela.ā
ā Tim Cook
BIG STORY
A bolha da AI ā ou a nova corrida do ouro do sĆ©culo XXI?

(Imagem: The Hill)
E se, desta vez, a bolha não for uma bolha, mas o preço da revolução? O mercado financeiro vive um déjà vu.
De um lado, as manchetes exaltam lucros recordes da Nvidia e da Microsoft.
Do outro lado, analistas resgatam grĆ”ficos das empresas āpontocomā dos anos 2000 para alertar: āisso jĆ” aconteceu antesā.
Mas a verdade Ć© mais complexa. A inteligĆŖncia artificial estĆ” reescrevendo a forma como o capital entende produtividade, valor e risco ā e talvez o conceito de ābolhaā nĆ£o caiba mais nesse novo paradigma.
Desde o lançamento do ChatGPT, em 2022, o mercado de AI virou uma corrida global. Em menos de três anos, o valor de mercado das empresas ligadas ao tema ultrapassou US$ 10 trilhões.
A Nvidia, sĆmbolo mĆ”ximo da revolução, valorizou mais de 600% desde 2023.
Microsoft e Alphabet remodelaram seus negócios para incluir inteligência artificial em praticamente todas as Ôreas.
Startups surgem em ritmo frenĆ©tico ā muitas sem receita, mas com valuations bilionĆ”rios.
Ć uma febre que lembra as āpontocomā ā e atĆ© o metaverso. A diferenƧa Ć© que, agora, o dinheiro estĆ” sendo usado para construir infraestrutura real.

esta imagem não aborda todas as empresas expostas aos data centers (Imagem: Generative Value)
O ouro nĆ£o Ć© o produto ā Ć© a pĆ”
Em toda corrida do ouro, quem enriquece são os vendedores de pÔs.
Na corrida da AI, as pÔs são os chips, os data centers e os modelos fundacionais.
Empresas como TSMC, Nvidia, AMD e ASML vivem uma explosĆ£o de demanda. Por sua vez, a construção de centros de dados consome tanta energia quanto paĆses inteiros.
Em fevereiro deste ano, o Goldman Sachs estimou que a demanda global de energia dos data centers aumentarÔ 50% até 2027 e até 165% até o final da década (em comparação com 2023).
Enquanto isso, players secundĆ”rios ā de semicondutores a provedores de nuvem ā surfam a marĆ©. Mesmo empresas que apenas dizem āestamos investindo em AIā veem suas aƧƵes subir.
Claro, hÔ sinais de exagero: startups de AI estão sendo avaliadas em múltiplos dignos de 1999.
A europeia Mistral virou unicórnio em menos de um ano ā com apenas 22 funcionĆ”rios.
Fundos de venture capital voltaram a apostar em negócios pré-lucro, algo que havia esfriado após a pandemia.
Ainda assim, Ć© preciso olhar o contexto: estamos no inĆcio de uma transformação comparĆ”vel Ć da eletricidade ou da internet. Ć natural que o capital se antecipe ao lucro.
O dinheiro que gira em cĆrculos
No mês passado, a Nvidia anunciou um investimento de US$ 100 bilhões na OpenAI, enquanto a dona do ChatGPT se propõe a construir centenas de bilhões de dólares em data centers baseados nos processadores de AI da fabricante de chips.

Construção do centro de dados no Texas (Imagem: Bloomberg)
Pouco depois, a OpenAI revelou que pagaria US$ 300 milhƵes Ć Oracle por energia de computação ā e a empresa do bilionĆ”rio Larry Ellison declarou que compraria US$ 40 bilhƵes em chips da Nvidia.
O ciclo parece claro: recursos que circulam entre os mesmos atores, impulsionando as ações, mas sem geração imediata de valor real.
Para Jeff Bezos, fundador da Amazon, o que estamos vivendo nĆ£o Ć© uma bolha financeira destrutiva, mas sim uma ābolha industrialā ā um movimento de investimento pesado em infraestrutura que vai gerar benefĆcios reais para empresas e pessoas.
Recentemente, na Tech Week 2025, ele argumentou que o ciclo atual lembra os grandes momentos de expansão da história: ferrovias, eletricidade, internet.
Cada um deles exigiu capex trilionĆ”rio antes de mostrar retorno ā e, mesmo com exageros, deixaram legados duradouros.

(Imagem: Reuters)
Enquanto investidores discutem se o gasto das BIG TECHs Ć© exagerado, Bezos defende que esse Ć© o preƧo natural da inovação. āConstruir o futuro Ć© caroā, resumiu.
No caso da Amazon, a empresa deve investir mais de US$ 150 bilhƵes em data centers e infraestrutura de AI nos próximos 15 anos ā uma das maiores apostas corporativas da história recente.
Para Bezos, o erro nĆ£o estĆ” em gastar demais, mas em ficar de fora quando o próximo salto tecnológico estĆ” sendo construĆdo.
O lado financeiro da história
CFOs e gestores jÔ sentem o impacto direto. As empresas que adotam AI estão reportando ganhos de produtividade entre 20% e 40% em setores como anÔlise de dados, atendimento e marketing.
Mas tambĆ©m hĆ” custos crescentes com energia, seguranƧa e compliance ā o que pressiona as margens.
A inteligência artificial não reduz despesas automaticamente; ela exige reorganização de processos e novas métricas de retorno.
Durante a bolha das pontocom, em 1999, analistas diziam que āa internet mudaria tudoā ā e estavam certos, só erraram o timing. Hoje, o discurso se repete. A diferenƧa Ć© que agora hĆ” modelos de receita concretos, empresas lucrativas e infraestrutura consolidada.
O reflexo no Brasil š§š·
Por aqui, a febre comeƧa a chegar. Bancos, seguradoras e gestoras testam ferramentas de AI para modelagem de risco e relacionamento com o cliente.
O tema ainda é novo, mas jÔ atrai capital: só no primeiro trimestre de 2025, startups brasileiras de inteligência artificial levantaram US$ 110 milhões.
As empresas locais vivem o mesmo dilema global: quanto investir em algo que pode mudar tudo ā mas ainda nĆ£o entrega retorno mensurĆ”vel?
āļø Moral da história. A AI pode, sim, ter traƧos de bolha, mas nĆ£o Ć© uma ficção especulativa. Ć o reflexo de um mundo aprendendo a precificar o futuro antes que ele aconteƧa.
Ou, como diria Bezos, uma bolha do bem ā aquela que incha o progresso, nĆ£o o ego.
APRESENTADO POR CONTA SIMPLES
Nem todo custo aparece na planilha š
O que muita empresa não percebe é que tempo também custa dinheiro, especialmente quando é gasto com o que não precisa.
Planilhas manuais, aprovações demoradas, conciliações sem fim... tudo isso parece rotina, mas no fim do mês vira custo real.
š O Panorama da GestĆ£o de Despesas no Brasil (2025), feito pela Conta Simples, mostrou que 78% das empresas ainda dependem de planilhas e perdem cerca de 12 horas por semana com tarefas que poderiam ser automĆ”ticas.
Tempo que poderia estar virando resultado.š” Essa calculadora mostra exatamente quanto tempo e dinheiro sua empresa pode economizar ao simplificar o financeiro.
Ela usa dados reais do mercado e o custo-hora mĆ©dio das empresas pra revelar quanto vale cada hora mal usada e quanto vocĆŖ pode ganhar de volta ao fazer escolhas mais inteligentes. Descubra o seu custo invisĆvel e como cortar agora.
MOMENTO AURĆLIO
Cortar custos sem cortar o futuro
Reduzir custos Ć© como fazer uma cirurgia: se vocĆŖ corta no lugar errado, mata o paciente.
Empresas que confundem enxugar com amputar acabam perdendo talento, qualidade e crescimento ā tudo em nome de uma falsa eficiĆŖncia. O segredo Ć© comeƧar onde dói menos e pesa mais.
1ļøā£ Fornecedores antes de pessoas
Negocie prazos, condições e contratos antigos. Muita despesa nasce do hÔbito, não da necessidade.
ā A revisĆ£o anual de contratos Ć© tĆ£o vital quanto um check-up mĆ©dico.
2ļøā£ Processos antes do produto
Revisite fluxos internos, integraƧƵes e retrabalhos. Cada clique desnecessĆ”rio Ć© um custo invisĆvel.
ā O barato estĆ” na operação simples ā nĆ£o no pior produto.
3ļøā£ Gastos fixos antes dos estratĆ©gicos
Café, aluguel, ferramentas subutilizadas. Tudo o que não gera crescimento ou margem deve ser revisto.
ā Cortar desperdĆcio Ć© diferente de cortar investimento.
4ļøā£ Crescer com menos Ć© crescer melhor
ā Empresas que reduzem custos com inteligĆŖncia liberam caixa, aumentam o ROIC e ganham flexibilidade para investir quando o mercado desacelera.
Sinais vitais
ā Despesa total caindo
ā Margem de contribuição estĆ”vel ou maior
ā NRR e crescimento intactos
Alavancas prƔticas
ā Renegocie contratos sem prazo definido
ā Centralize compras e pagamentos
ā Automatize tarefas repetitivas
ā Mantenha investimento em marca e time comercial.
Em resumo: cortar custos nĆ£o Ć© apenas gastar menos; Ć© sobre gastar melhor ā e preservar o futuro.
š PĆlula: comece onde dói menos ā nos fornecedores.
QUICK UPDATES
ā Maior gestora do mundo. BlackRock agora possui a soma dos PIBs do Reino Unido, Alemanha, ItĆ”lia e FranƧa em ativos sob gestĆ£o
ā Após quatro meses de queda⦠Varejo brasileiro avanƧa em agosto
ā Bye bye, Bolsa. Em apenas um ano, a B3 perdeu 14 companhias
ā AlianƧa estratĆ©gica. Brasil e Ćndia se unem contra tarifas e tentam abrir diĆ”logo com Trump
ā Novo recorde. Ouro supera US$ 4.200 pela primeira vez na história
ā Enquanto isso⦠Prata bate recorde de quatro dĆ©cadas
ā Mesmo com queda nas taxas⦠Juros pagos pelos tĆtulos pĆŗblicos indexados Ć inflação se mantĆ©m na casa dos 8%
TO LISTEN

(Imagem: Valor Internacional)
Neste episódio do podcast IA Sob Controle, JoĆ£o Moura ā CEO da crewAI ā fala sobre como os agentes de inteligĆŖncia artificial estĆ£o transformando o mundo corporativo.
Ele explica, de forma prÔtica, como essas tecnologias estão sendo aplicadas em operações e o que muda na forma como trabalhamos e tomamos decisões. Confira aqui.
FEEDBACK
Por hoje é só!
š” Na semana que vem, estaremos de volta falando um pouco mais do mundo financeiro para vocĆŖ ā CFO ou futuro CFO. risos.
ā
um conteĆŗdo grupo waffle em parceria com
