
POWERED BY
QUOTE DO DIA
āO sucesso Ć© ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo.ā
ā Winston Churchill
BIG STORY
O custo de crescer errado ā e o preƧo de sair do jogo
Nos Ćŗltimos doze meses, 14 empresas deixaram a B3, e alguns especialistas jĆ” falaram em um hiato de quatro anos sem novos IPOs.
Do outro lado, os pedidos de recuperação judicial (RJ) voltam a subir, com gigantes como Ambipar pedindo proteção contra a falência.

(Imagem: Estadão)
Duas faces do mesmo problema: empresas que buscaram dinheiro para crescer, mas não estavam prontas para o tamanho que compraram.
Durante o boom de ācapital baratoā entre 2020 e 2022, a palavra de ordem era escalar. Com juros baixos e liquidez farta, rodada virou status, e valor de marcado (o tal do valuation) virou norte.
Mas a conta chegou
O ciclo de alta da Selic (15%) encareceu o crédito e reduziu o apetite por risco. Agora, o custo de capital virou teste de sobrevivência: crescer rÔpido demais pode sair mais caro do que não crescer.
š£ As empresas que abriram capital cedo demais hoje tentam fechar rombos no balanƧo.
šø As que tomaram crĆ©dito sem estrutura pagam juros que corroem a margem operacional.
š E as que usaram investimento como muleta (para sustentar prejuĆzos crĆ“nicos ou cobrir falhas de gestĆ£o), estĆ£o na mesma fila: a das RJs.
Os nĆŗmeros nĆ£o mentem. Em quatro anos, foram 42 ofertas pĆŗblicas de aquisição (OPAs) ā operaƧƵes em que uma empresa recompra aƧƵes em circulação na Bolsa ā, somando R$ 17 bilhƵes, majoritariamente para fechamento de capital.
Em uma década, mais de 30 mil empresas solicitaram recuperação judicial.

NĆ£o Ć© falta de dinheiro ā Ć© falta de modelo sustentĆ”vel.
Como chegamos aqui?
O tripĆ© que sustentou a euforia se inverteu. Primeiro, os juros altos tornaram o crĆ©dito privado mais atraente para investidores ā e mais caro para quem toma.
O custo de capital deixou de ser detalhe de planilha e virou questão de sobrevivência.
Empresas que cresceram surfando o crédito barato de 2020 agora encaram uma Selic de 15%, o que encarece emissões de debêntures, alonga prazos de retorno e reduz o apetite por risco.
O reflexo Ć© imediato: negócios que dependiam de rolar dĆvida para operar agora precisam cortar custos, vender ativos e repensar o modelo.
āļø Foi o caso da Gol, que decidiu sair da B3 em busca de estruturas mais leves de financiamento.
O cĆ¢mbio tambĆ©m virou protagonista. Com o real desvalorizado, matrizes estrangeiras encontraram uma janela para recomprar subsidiĆ”rias brasileiras a āpreƧo de liquidaçãoā.
Foi o caso de multinacionais do setor financeiro e de energia, que aumentaram participação em suas operações locais, como a Iberdrola, que elevou a fatia na Neoenergia e estuda fechar o capital da companhia.

(Imagem: Iberdrola)
AlĆ©m disso, controladores nacionais aproveitaram o momento para ampliar programas de recompra ā que passaram de 80 em 2023 para mais de 126 em 2024, segundo a CVM.
Esses programas permitem às empresas adquirir suas próprias ações, reduzindo o número de papéis no mercado e, em teoria, valorizando os que restam.
Por Ćŗltimo, o risco polĆtico e fiscal alongou prazos de decisĆ£o e encurtou janelas de IPO, quando uma empresa abre seu capital na bolsa de valores.
A projeção mais realista é reabertura só após 2026/27, começando por setores defensivos.
A confiança do investidor estrangeiro, que tradicionalmente sustentava as grandes captações, depende agora de uma combinação delicada: estabilidade macro e reformas que tragam previsibilidade de longo prazo.
Nesse processo, assistimos a três movimentos simultâneos
O primeiro sĆ£o as saĆdas estratĆ©gicas, como os casos de Gol e Banco Pan, em que as empresas optam por simplificar suas estruturas ou buscar capital em outros mercados.
O segundo movimento envolve fusƵes e incorporaƧƵes, como Soma e Arezzo, uniƵes que resultam na permanĆŖncia de apenas um ticker ā o sĆmbolo de negociação na Bolsa.
Por fim, hĆ” as recuperaƧƵes judiciais e renegociaƧƵes, como Ambipar e Belagricola, em que as companhias recorrem Ć JustiƧa para renegociar dĆvidas quando o passivo passa a pesar mais do que a tese de crescimento.
O resultado desse cenĆ”rio Ć© claro: menos capital novo, mais reestruturação. As empresas que sobreviverem a essa fase sairĆ£o menores e mais enxutas ā mas, possivelmente, mais maduras.
O ciclo da euforia acabou; começa agora o ciclo da eficiência.

(Imagem: B3)
Para onde vai a B3?
A Bolsa estƔ diversificando receita (ETFs, cripto-derivativos, dados/tecnologia) e mantƩm vantagens estruturais de infraestrutura de mercado.
Mas o segmento de aƧƵes, sensĆvel ao humor do investidor, depende de algo que nenhuma casa de anĆ”lise consegue forƧar: resultado consistente das companhias. Sem isso, seguiremos vendo saĆdas e recompras ā e poucas estreias.
Moral da história āļø
No fim, nem todo dinheiro Ć© bom dinheiro. Capital que chega sem estratĆ©gia vira dĆvida.
A empresa que cresce sem base sólida aprende da forma mais cara o que o mercado sempre soube: crescimento sem lucro é só vaidade financiada.
APRESENTADO POR CONTA SIMPLES
Só gestão de risco é o suficiente?
Essas duas empresas provam que não.
Thomas Cook, gigante britĆ¢nica do turismo, faliu em 2019 depois de acumular dĆvidas bilionĆ”rias, mesmo com planos de risco e auditorias em dia.
Carillion, uma das maiores construtoras do Reino Unido, desabou em 2018 pelo mesmo motivo: falta de visibilidade sobre o caixa.
Esses casos mostram que gestão de risco sem clareza financeira é como dirigir com o farol apagado. Você tenta se proteger, mas continua no escuro.
A Conta Simples ajuda a evitar esse ponto-cego. Você centraliza todos os gastos em um só lugar, automatiza relatórios, multiplica os cartões corporativos e dÔ visibilidade em tempo real sobre o financeiro.
Uma plataforma completa de gestão de despesas, controle e eficiência, pra que o risco não te pegue de surpresa. Veja aqui como ter uma visão completa do caixa da sua empresa.
MOMENTO AURĆLIO
A blindagem financeira da sua empresa
Blindar uma empresa nĆ£o Ć© se fechar ao risco, mas se preparar para ele. Toda companhia ā grande ou pequena ā enfrentarĆ” crises, sazonalidades e sustos.
A diferença estÔ em quem tem fÓlego para reagir e quem só descobre o risco quando jÔ estÔ afundando.
O erro mais comum Ʃ confundir estabilidade com seguranƧa.
Meses bons criam a ilusĆ£o de controle, mas Ć© justamente nesses perĆodos que o risco se acumula em silĆŖncio: nas dĆvidas adiadas, nos contratos mal revisados e nas margens que vĆ£o se estreitando sem aviso.
A blindagem não nasce no caos, ela se constrói na calmaria, quando hÔ tempo e caixa para agir com estratégia, não com desespero.
1ļøā£ Risco nĆ£o Ć© inimigo, Ć© variĆ”vel de gestĆ£o.
Empresas maduras nĆ£o tentam eliminar o risco ā elas o precificam e controlam.
ā Criar reservas, diversificar receitas e planejar cenĆ”rios Ć© como colocar o cinto de seguranƧa antes de acelerar.
A velocidade continua, mas com menos chance de impacto fatal.
2ļøā£ Reserva Ć© poder de escolha.
O caixa nĆ£o Ć© sobra de lucro ā Ć© estratĆ©gia de liberdade.
ā Quem tem caixa, negocia melhor, compra no momento certo e dorme tranquilo. Quem nĆ£o tem, aceita qualquer condição.
3ļøā£ Tempo estratĆ©gico vs. tempo nĆ£o estratĆ©gico.
Muitos empresÔrios gastam o dia apagando incêndios, mas esquecem de construir o hidrante.
ā Tempo estratĆ©gico Ć© o que protege o lucro.
ā Tempo nĆ£o estratĆ©gico Ć© o que apenas mantĆ©m a operação viva.
Toda blindagem começa quando o gestor aprende a gastar energia onde o retorno é futuro, não imediato.
šÆ Moral da história
A verdadeira blindagem financeira nĆ£o estĆ” no cofre ā estĆ” no calendĆ”rio. Reservar caixa Ć© importante, mas reservar tempo para pensar o futuro Ć© o que garante que o caixa exista.
QUICK UPDATES
ā Boas e mĆ”s notĆcias. Fed corta juros em 0,25 ponto percentual, mas bolsas caem após seu presidente nĆ£o garantir novo recuo
ā Puxado por Vale a bancos⦠Ibovespa renova mĆ”ximas históricas e ultrapassa os 149 mil pontos pela primeira vez
ā Deu ruim? Banco do Brasil ameaƧa banir concessĆ£o de crĆ©dito a produtores rurais que pedirem de RJ
ā āBlack Friday TDā. Tesouro Direto vai oferece ācashbackā em campanha de Black Friday
ā Na comparação com agosto⦠ConcessƵes de crĆ©dito consignado para trabalhadores do setor privado cresceram 5,5% em setembro
ā Ganhando forƧa. Taxa dos DIs sobe após Fed colocar em dĆŗvida nova redução de juros em dezembro
TO WATCH
Seu tempo merece esse vĆdeo. Pense em tudo que um dos maiores atletas da história tem a ensinarā¦
Foi isso que o tenista suĆƧo Roger Federer conseguiu compilar em um Ćŗnico discurso, mantendo toda a sua classe e seu bom humor. Sem mais spoilers.Ā Clique para assistir ou para guardar e ver depois.
FEEDBACK
Por hoje é só!
š” Na semana que vem, estaremos de volta falando um pouco mais do mundo financeiro para vocĆŖ ā CFO ou futuro CFO. risos.
ā
um conteĆŗdo grupo waffle em parceria com


