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🪙 quem é (ou quem são) Satoshi Nakamoto
2o episódio | bit a bit: cripto em pequenas doses


Antes de Satoshi, várias tentativas de criar dinheiro digital já tinham fracassado — como o DigiCash de David Chaum nos anos 90 e o b-money, proposto por Wei Dai. Faltava um detalhe que ninguém tinha conseguido resolver: como evitar o gasto duplo sem confiar em uma entidade central.
Essas ideias não deram certo, mas pavimentaram o caminho. O que Satoshi fez foi conectar todas essas tentativas e, pela primeira vez, resolver um problema que parecia impossível: como criar dinheiro digital sem precisar confiar em ninguém.

Satoshi Nakamoto é o pseudônimo usado por quem criou o Bitcoin — uma figura invisível que, mesmo assim, mudou a história. Em outubro de 2008, ele publicou o documento Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System. Era a proposta de um dinheiro descentralizado, sem banco, sem governo, sem intermediário. Só você e o código.
Por dois anos, Satoshi manteve contato com a comunidade cripto. Sempre educado, sempre técnico. Nunca revelando nada pessoal. Em 2011… sumiu. Como se tivesse cumprido sua missão. Desde então, nunca mais foi visto. E o mais intrigante: nunca tocou nas moedas que minerou — cerca de 1 milhão de Bitcoins, hoje valendo dezenas de bilhões de dólares.

Muita gente tenta descobrir: quem tá por trás desse nome? Algumas mensagens sugerem que Satoshi falava inglês britânico. Outras soam mais americanas. Algumas mensagens eram enviadas durante o horário comercial do Japão. Outras, nos fins de semana londrinos. A impressão é de alguém — ou um grupo — que se camuflava o tempo todo. Mas esses quatro aqui já foram alvo de suspeita, rs.
Hal Finney: Um dos primeiros desenvolvedores do Bitcoin — e o destinatário da primeira transação feita na história da rede. Brilhante, discreto e respeitado no meio da criptografia, Hal trocou e-mails diretamente com Satoshi e chegou a sugerir melhorias no código original. Morreu em 2014, vítima de esclerose lateral amiotrófica (ELA). A coincidência de ele morar na mesma cidade que Dorian Nakamoto, além do seu envolvimento técnico profundo com o Bitcoin desde o início, fez muita gente especular que Hal era o próprio Satoshi — ou, no mínimo, parte de um grupo por trás do pseudônimo. | ![]() |
![]() | Nick Szabo: Criptógrafo veterano e criador do conceito de bit gold, um projeto anterior e incrivelmente parecido com o Bitcoin. A linguagem usada por ele em artigos e posts lembra muito o estilo de escrita de Satoshi — tanto que uma análise linguística apontou semelhanças notáveis. Szabo sempre negou ser Satoshi, mas seu domínio técnico, sua obsessão por dinheiro digital e o timing perfeito levantam suspeitas até hoje. |
Dorian Nakamoto: Engenheiro aposentado que morava em Temple City, Califórnia — a mesma cidade onde vivia Hal Finney. Foi identificado como o possível Satoshi por uma matéria da Newsweek em 2014, que se apoiava em coincidências fracas (como seu nome completo: Dorian Prentice Satoshi Nakamoto). A história causou confusão, mas Dorian negou com veemência qualquer ligação com o Bitcoin — e tudo indicava que ele realmente não tinha nenhum envolvimento técnico com o projeto. | ![]() |
![]() | Craig Wright: Empresário e cientista da computação australiano. Em 2016, se autoproclamou Satoshi Nakamoto e prometeu apresentar provas definitivas. Até hoje, nunca entregou uma verificação criptográfica convincente — e foi desmentido por especialistas e figuras respeitadas no mundo cripto. Apesar disso, continua insistindo na narrativa, chegando a entrar com processos judiciais pra tentar afirmar sua identidade como criador do Bitcoin. |
E se... Satoshi for uma mulher? Um coletivo de programadores? Um projeto governamental? Ou até uma IA enviada do futuro? Sim, a internet adora mistérios.

O fato de ninguém saber quem é Satoshi Nakamoto não é uma falha. É uma escolha — e talvez sua decisão mais genial. O Bitcoin nasceu para ser descentralizado: sem líderes, sem centros de poder, sem ninguém acima do código.
Se soubéssemos quem é o criador, seria mais fácil atacá-lo — ou pior, transformá-lo em uma figura messiânica. Alguém cujas opiniões, mesmo sem base técnica, poderiam influenciar decisões, travar debates ou desviar o foco da comunidade.
Ao desaparecer, Satoshi deixou uma mensagem clara: isso não é sobre mim. É sobre o protocolo. É quase filosófico. O criador se apaga para que a criação possa viver por si só.
Satoshi nunca apareceu em vídeo. Nunca falou ao vivo. Mas deixou rastros: mensagens em fóruns como o Bitcointalk, sempre com um tom direto, educado e altamente técnico. Evitava opinar sobre política, raramente falava de si. Parecia mais um facilitador do que um líder.
Sua última mensagem pública foi em 2010: disse apenas que estava “partindo para outros projetos”. Desde então, silêncio absoluto. No fundo, pouco importa quem ele — ou ela, ou eles — seja. O anonimato de Satoshi não é um mistério a ser resolvido. É parte do manifesto.

Atualmente, o Nakamoto Institute disponibiliza gratuitamente diversas mensagens, e-mails e comunicações feitas por Satoshi Nakamoto enquanto esteve ativo. Apesar das inúmeras análises, nenhuma conseguiu encontrar pistas concretas sobre sua identidade.

Durante o início do Bitcoin, Satoshi minerou milhares de blocos. Estima-se que acumulou cerca de 1 milhão de bitcoins — o que hoje daria mais de 60 bilhões de dólares. Essas moedas nunca foram movimentadas. Estão lá. Intocadas. Em silêncio.
Com esse patrimônio, Satoshi Nakamoto figuraria entre as 20 pessoas mais ricas do planeta. Estaria à frente de nomes como Zhang Yiming, criador do TikTok, e empatado com herdeiros de impérios como o do Walmart — um feito impressionante para alguém cuja identidade sequer é conhecida.

E aí vem a tensão: e se, um dia, forem movidas? O impacto no mercado seria gigantesco. Seria como um fantasma voltando. O mercado reagiria em pânico ou reverência?

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Esse foi o episódio 2/6. No próximo episódio, vamos falar sobre o que o Bitcoin representa pra além dos investimentos: uma ferramenta de autonomia financeira em contextos de crise. Um olhar para os impactos reais dessa tecnologia na vida das pessoas.

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